quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Tertúlia "Educação na 1ª República"


No âmbito do Centenário da REPÚBLICA 1910-2010 realiza-se na Biblioteca da Escola Grão Vasco, dia 14 de Outubro, pelas 18,40 uma tertúlia – “ Educação na 1ª República , dinamizada pelo professor José Teles Sampaio.

Apresentam-se as linhas orientadores para reflexão e debate:

· Diagnóstico da educação no início da 1º República;
· Política Educativa: principais medidas tomadas no domínio da educação – alfabetização, reformas no ensino, modelo de gestão.
· Instabilidade política;
· João de Barros: pedagogo republicano.

Os republicanos sempre acreditaram na força e na importância da instrução. Por isso diziam: -"O Homem vale sobretudo pela educação que possui" .

Diagnóstico da educação no início da 1ª república

Elevada taxa de analfabetismo da população portuguesa;
- Ineficácia das reformas de ensino anteriores;
- Necessidade de garantir uma participação política dos cidadãos mais ampla e consciente;
- Reivindicação do controlo do Ensino pelo Estado;
- Melhorar a formação profissional da população.
Assim, durante a 1ª República, e logo a partir de 1910, os governos republicanos fizeram importantes reformas no ensino.

Reformas no Ensino
- Criaram o ensino infantil para crianças dos 4 aos 7 anos;
- Tornaram o ensino primário obrigatório e gratuito para as crianças entre os 7 e os 10 anos;
- Criaram novas escolas do ensino primário e técnico (escolas agrícolas, comerciais e industriais);
- Fundaram "escolas normais" destinadas a formar professores primários;

Apesar da 1ª República mostrar um grande interesse pelo ensino, a verdade é que a elevação dos assuntos da educação a ministério só ocorreu a 7 de Julho de 1913 quando António Joaquim de Sousa Júnior foi chamado ao cargo de Ministro da Instrução Pública. Nos 13 anos seguintes, a República brindou-nos com ministros em abundância, 51 Ministros! Média de um ministro por cada quatro meses, instabilidade agravada pela participação de Portugal na 1º Guerra mundial 1914-18.

A ineficácia, no meu ponto de vista, desta Reforma passa pela aplicabilidade da mesma, sem ter tido em conta as especificidades económicas, culturais e sociais que vigorava no país em meados de 1911.
Na prática, muitas das medidas tomadas não tiveram o resultado que se esperava, por falta de meios financeiros e uma elevada percentagem de analfabetismo. Os censos deste ano (1911) revelavam que 72% da população era analfabeta.

Citando Benavente “a escola não se transforma se a sociedade não se transformar, [pois] o que se passa na escola só se explica pelo que se passa fora dela.”

Segundo o pensamento de João de Barros não estavam os republicanos devidamente preparados para levarem a cabo as propostas contidas na sua Revolução:
“ em Portugal apenas se criaram os meios de alargar e multiplicar um ensino antigo. O ensino primário não tem ligação com o ensino secundário; o ensino secundário não combina com o ensino superior; o ensino profissional não corresponde às exigências económicas das regiões em que se exerce”. É o caos”

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